domingo, 5 de abril de 2009

:: Amazônia ::

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Amazônia, defesa nacional e as ameaças que vêm do Norte.

Desde os primórdios, a Amazônia desperta a cobiça de diversas nações ao redor do mundo, o que a coloca entre os principais alvos da política expansionista e imperialista adotada pelo governo de “certas” potências mundiais, o que representa um claro risco à soberania nacional e à defesa territorial dos países que detém parte legítima nesta grande fonte de vida e recursos.

A Amazônia é uma floresta equatorial que se estende por diversos países da América do Sul, dentre os quais se destaca o Brasil, detentor da maior parte das terras amazônicas, além de representar cerca de 45% do território nacional. Uma floresta repleta de lendas e mistérios, exaltada como o “pulmão do mundo”, que guarda raríssimas belezas naturais, uma diversidade genética que não pode ser comparada a qualquer bioma terrestre. Não obstante, a Amazônia reserva surpresas quanto ao seu potencial de cura, que poderão ser sustentavelmente explorados e utilizados em pesquisas que, indubitavelmente, levarão a ciência brasileira a caminhar a passos largos rumo ao desenvolvimento científico e a subsequente melhoria em seus indicadores de vida.

Todos os fatores supramencionados, aliados ao grande potencial hídrico, energético e estratégico da região, transformam a Amazônia num dos mais importantes alvos da política de segurança do governo brasileiro, que vem intensificado as ações de combate ao tráfico internacional de entorpecentes e armas de fogo em áreas fronteiriças, além da aprovação de medidas como a polêmica “Lei do Abate”, que conferiu à Força Aérea Brasileira o poder de abater as pequenas aeronaves (geralmente de narcotraficantes) que invadirem o espaço aéreo nacional, fato corriqueiro nos céus amazônicos.

Toda essa preocupação se mostra justificada nas demonstrações habituais de países como os Estados Unidos, cujo inequívoco interesse reside no sonho de se apossar da abundância de recursos ali existentes, transformando-os em combustível seguro para a manutenção de seu modelo econômico falido, utilitarista e consumista, baseado no individualismo exacerbado e nocivo ao restante do mundo, que se sente refém de uma política expansionista aos moldes do século XVI, quando territórios eram categoricamente invadidos e ocupados pelas sedentas potências européias. Além disso, a proximidade da Amazônia com a linda do Equador, desperta grande interesse no que tange ao lançamento de satélites e foguetes espaciais, visto que os benefícios das bases tropicais de lançamento são inegáveis.

Diante de tantos interesses, não é de se surpreender com a reativação da IV Frota Militar dos EUA, que deve começar a operar em breve no Atlântico sul, patrulhando as águas próximas ao território, provavelmente a única explicação plausível para tão preocupante intervenção. A Casa Branca de Bush tentou amenizar o caráter intervencionista da IV Frota com a clássica premissa da necessidade de se combater o terrorismo e as atividades ilícitas como o narcotráfico. Coincidência ou não, o Brasil acaba de descobrir um grande volume de petróleo na camada do pré-sal em seu mar territorial; a Bolívia de Evo Morales rasga a constituição e promove reformas estruturais; e sobre a Venezuela de Hugo Chávez? Os comentários se tornam desnecessários. Nesse mesmo momento, poderosas armas nucleares já se posicionam não muito longe daqui, nos limites da Amazônia Azul, ameaçando a estabilidade regional e coagindo os legítimos governos latino-americanos, que ousaram tornar-se donos dos seus próprios destinos, livres da tutela daqueles que por muito tempo permaneceram como um entrave ao entendimento de nações historicamente companheiras.

Além disso, o crescente apoio norte-americano à Colômbia de Álvaro Uribe é mais um sinal claro do descarado intervencionismo ianque aos países que ousarem deixar sua corrosiva esfera de influência. É o famoso “Destino Manifesto”, que sempre atuou como a válvula propulsora do espírito expansionista do “Gigante do Norte”, exaltado por Bush em seus discursos como o grande defensor da Liberdade e da Justiça, esquecendo-se da política agressiva adotada por sua administração após os atentados de 11 de Setembro, fruto de sua incompetência administrativa e as relações promíscuas de sua família com os poderosos grupos árabes, detentores do ouro negro que brota das profundezas do deserto.

As mentiras do governo americano sobre a “possível” presença de células terroristas na tríplice fronteira e em regiões ao sul da Amazônia, divulgadas pelo Departamento de Defesa dos EUA na era Bush e minimizadas pelo Itamaraty, colocam em discussão o respeito à soberania dos Estados Nacionais e suas fronteiras invioláveis, protegidas por convenções e tratados internacionais. Representam uma nítida ameaça aos interesses nacionais e sua própria segurança interna. Quando, sutilmente, a Casa Branca apoiou a Colômbia em um ataque militar ao Equador, ouvimos um recado que ainda ressoa em nossos ouvidos: As fronteiras já não podem garantir segurança aos Estados, tornando-se relativas, transpostas a qualquer pretexto.

Importante destacar que, neste momento de incertezas e crescente apreensão mundial, causada pela “verdade inconveniente” do aquecimento global, volta à tona nos porões do autoritarismo a polêmica discussão em torno da internacionalização da Amazônia, um assunto que afeta diretamente a soberania brasileira sobre a floresta e freqüentemente permeia debates acalorados mundo afora. Mas a extinção dos legítimos direitos do povo brasileiro sobre sua maior riqueza seria um duro golpe às ambiciosas perspectivas de desenvolvimento deste país. A população passaria a observar resignada o furto de sua biodiversidade e fonte de orgulho, corrompidos pelo neocolonialismo covarde de um modelo em crise.Portanto, constatamos que a ameaça de que o Brasil possa ser “atacado”, ou violado por nações estrangeiras é real e o país precisa estar preparado para um eventual embate com forças proporcionalmente muito superiores às suas. Felizmente, as autoridades da nova América Latina, agora progressista, já se conscientizaram do risco iminente e iniciaram um levante regional, encabeçado pelo Brasil, com a criação da promissora Unasul (União sul-americana de Nações), que modificou profundamente a geopolítica do poder mundial, já estando concretizada a formação do Conselho de Defesa do Sul, motivo do périplo do ministro brasileiro de defesa, Nelson Jobim, pelos diversos países da região em busca de apoio e consenso, uma pequena pedra no sapato dos americanos, mas capaz de incomodar e enviar outro retumbante recado aos poderosos de Washington.

Está claro que, a união em defesa do que legal e historicamente pertence à nação tupiniquim é a única forma de afastar os gananciosos inimigos da humanidade, os verdadeiros terroristas mundiais, o “eixo do mal” ocidental. Nem tudo está acabado. Hão de ter uma terrível enxaqueca ao se lembrar do Cone Sul, sua capacidade de organização, a conscientização das pessoas que aqui vivem e sonham com uma nação mais justa, equânime, repleta de oportunidades, integrada às nações amigas que desfrutam das mesmas raízes históricas e, sobretudo, livres e preparadas para enfrentar as grandes ameaças que rondam como um espectro as riquezas com as quais fomos abundantemente gracejados.

Referências:

Declarações do Ministro das Relações Exteriores, Sr. Celso Amorim.

http://www.youtube.com/watch?v=EBK4_pq5W7M

Avanço das políticas imperialistas dos EUA na "nova" América Latina.

http://www.youtube.com/watch?v=DKHfQHjSOVQ&feature=related

Preocupação do Presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva.

http://www.youtube.com/watch?v=TaQd-4qD-NM&feature=related

Leitura:

http://gustavovilela.wordpress.com/2008/06/07/estados-unidos-e-america-latina-1/

http://diplo.uol.com.br/2008-07,a2500

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2008/06/04/ult581u2616.jhtm

Equipe: Walace Aquino Ferreira, Adriana Santos Artuzo, Ana Carolina Silva e José Antônio Toledo.

Um comentário:

  1. Muito Bom!!!

    O crescente crescimento das políticas internacionais com uma dose bem apurada da diplomacia brasileira vem em tempo oportuno; para adotar uma postura de senhorio sobre as terras amazônicas.
    O Brasil acorda meio atrasado, mas pode utilizar-se desta "carta na manga" para impor-se no cenário internacional como potencia com o arsenal ambiental com riquezas em biodiversidade, fazendo frente à necessidade de desbancar potencias mundiais destronadas, pela política imperialista fora do contexto da democracia atual. A política vigente é a da instalação de uma nova forma de gestão mundial com a autosustentabilidade social, ecológica, econômica e tambem da existencia humana com os retoques necessários de coerencia relacional; ou seja, respeitar o outro!!!

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